A Equação Custo x Risco x Benefício (Parte 2)
Categoria(s) colaboração, compras online (manual) |
por Ana Farias |
No último post, falei que comprar no exterior pela internet não é só uma questão de se encontrar o menor preço, mas também de ponderar sobre os problemas que podem acontecer ao se optar pela compra. Não se trata apenas de pensar em termos de custo x benefício, mas também de risco x benefício.
Hoje vou contar como encaro essas compras, e em quais situações assumo riscos. Mas ó, gente, esse post não é uma recomendação, estou apenas contando minhas venturas (e desventuras) net afora, ok? Se você faz o tipo ansiosa e se descabela esperando o pacotinho, fica a dica: faça o que eu digo, não faça o que eu faço. ;)
Minha Regra nº 1: Teoria do Whisky
Meu critério pra delimitar essas compras online é bem rigoroso. Tenho pavor de juros no cartão de crédito, então nunca me excedo. Fico com um olho nas novidades e outro na cifra do carrinho de compras. Chamo isso de Teoria do Whisky, conhecem? É uma metáfora (óbvio! rs) mas funciona assim: todo mês eu me programo separando o dinheiro do leite e o dinheiro do whisky. O do leite é o do essencial, do que eu preciso pra morar, comer, vestir, etc, sem passar perrengues. O do whisky é o excedente, aquilo que posso gastar sem ficar apertada no final do mês. Não importa se é R$30 ou R$300, mas pra dormir tranqüila só assumo riscos com o dinheiro do whisky.
Minha Regra nº 2: Vale a Pena Assumir os Riscos?
Às vezes vale. Na semana passada comentei sobre a dinâmica dos perfis conservador, moderado e arrojado de quem aplica na bolsa, e expliquei que nas compras internacionais pela internet a sistemática é parecida: quanto maior o risco, maior o ganho, e vice-versa.
E como eu, Renata, faço? Pondero sobre a equação custo x riscos x benefícios em cada caso.
Pra coisas bem baratinhas e pequenas, tipo esmalte, batom ou pincel, eu encarno o perfil arrojado e arrisco mesmo, pra turbinar o ganho. Peço o frete mais baratinho que tiver, mando o seguro às favas e seguro-na-mão-de-deus, no melhor esquema hoping for the best, but expecting the worst! Nunca me falhou (exceto no caso fatídico da máquina-portátil-fazedora-de-bainhas). Mas é uma aposta, percebem? São riscos que eu assumo para que o preço fique matador. Lembrando que só faço essas loucuras porque antes de qualquer coisa apliquei a Teoria do Whisky, que já é um contra-freio prévio.
Mas se for uma coisa mais cara, muda tudo. Incorporo imediatamente o perfil conservador, e me cerco até os dentes com as ferramentas de precaução. Afinal sou doida, mas não a ponto de rasgar dinheiro, né?!
Só que cada cabeça é uma sentença. Então se você faz o tipo conservador e não consegue dormir até que receba o pacote, use sempre o frete com rastreamento e contrate o seguro de transporte, mesmo que a compra seja pequena.
Minha Regra nº 3: Avaliando as Encomendas como um Todo
Como eu disse no post passado, segurança não cai do céu. Ou pagamos pra mitigar os riscos ou teremos que assumi-lo eventualmente. Mesmo no perfil conservador, o risco de ter algum problema está presente. Claro que é um risco bem menor, mas ainda é um risco.
E como eu faço?
Ao invés de me descabelar por causa de 1 (único) pacote, avalio essas encomendas como um todo: os brindes que recebi anteriormente, os descontos para as próximas compras, a diferença de preços com relação ao Brasil, a sorte quando não passa pela Receita e por aí vai. Em 95% dos casos, é um bom negócio, mesmo com a tributação (e olha que o Conrado não está perdoando um pacotinho meu, o danado!).
Entenderam meu raciocínio? Então ao invés de ficar lamentando aquele pacotinho que está demorando, eu procuro olhar o cenário global. E, no final das contas, o meu saldo é positivo, por isso continuo comprando lá de fora.
E vocês, como fazem?
Renata Kelly (colaboradora)