PELO DIREITO DE RECEBER AMOSTRAS
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por Trendy Twins |
Falei nesse post AQUI sobre uma amostrinha de perfume que “ganhei” numa compra do Boticário, né. Bom, já explico o porquê das aspas:
Já tinha escolhido o que queria, e estava ajudando minha amiga a fazer a primeira compra grande de maquiagem da vida dela (estamos falando de alguém que tinha dois batons, um rímel e um trio de sombras que ganhou de aniversário). De vez em quando perguntava pra vendedora que estava atendendo a gente se ela tinha amostra do perfume tal e tal pra me dar. Expliquei (e não é mentira) que só comprava perfumes e colônias depois de experimentá-las durante um tempo, pra ver se não me enjoariam e se ficariam boas em contato com a minha pele.
A vendedora estava sendo super prestativa, mostrando todas as novidades da loja e ajudando a gente a experimentar tudo. Mas sempre que eu pedia uma amostra ela fazia uma cara de boba e dizia que achava que não tinha, ou que com certeza não tinha. Gente. Eu pedi umas cinco amostras diferentes, sendo que uma delas de uma fragrância que está no comercial de Natal da loja (muito fofo, por sinal). Impossível que eles não tivessem.
Aí eu disse que tudo bem, que era pra ela me dar a que tivesse disponível, de preferência a do Carpe Diem Woman. Ela fechou a compra, que ficou em torno de 120 reais (eu + amiga), e fui pro caixa pagar. Ela veio, entregou as sacolinhas, agradeceu, disse pra eu voltar pra comprar a nécessaire de viagem (muito prática pra carregar maquiagem, e com um espelho gigantesco, 30 reais), deu tchau e foi atender outra pessoa que tinha acabado de chegar.
Enquanto esperava meu troco, abri a sacolinha. Estavam lá as comprinhas, o brinde que eu falei no outro post (pra compras acima de 90 reais), e... cadê a amostra do Carpe Diem? Nada de amostra. Refiz o pedido pra menina da caixa, que chamou a vendedora e disse pra ela pegar algumas pra mim. Do balcão pro estoque e de volta pro balcão em dois minutos, chega a vendedora com duas amostras de uma colônia e uma do Carpe Diem.
Olha, estamos falando daquelas amostrinhas MÍNIMAS, com, sei lá, 1ml de perfume? Nem é daquelas maiores, com vaporizadorzinho, que a revista Capricho tava distribuindo esse mês, não. Uma coisinha tiquitita que dá pra uma passada. E a mulher regulando?
Tudo bem que não foi uma compra astronômica, mas poxa, 120 reais é dinheiro, hein. Não é pouca coisa não. O mínimo que ela podia ter feito é ter me dado uma amostra a mais do que ela já daria normalmente pela compra, isto é, não era nem pra eu ter pedido, era pra ela ter oferecido!
Ok, existe um custo pro lojista. Mas se eles distribuírem 500 amostras e 5 clientes retornarem pra comprar o frasco, isso já deve dar pra pagar o investimento. O que vier além disso é lucro. Fora que cliente feliz sempre volta. Se eu sou bem tratada num lugar, não apenas volto como procuro comprar com a mesma pessoa que me atendeu, e tenho certeza de que a maioria de vocês age assim.
Não gosto de falar nesses termos, mas é impressionante como é raro brasileiro saber fazer negócio, investir em serviços, em formar clientela. A maioria só quer fechar a venda, e que depois venha outro cliente.
Por isso, acho que todo mundo deveria partir pra guerra quando fosse comprar alguma coisa, pedir mesmo por amostras, exigir tratamento legal, não voltar onde as pessoas não sabem vender, reclamar (com educação, obviamente, mas reclamar). Escrever pras revistas sugerindo parcerias que rendam amostras também, perder tempo explicando pras vendedoras que se elas não oferecem nada outras oferecerão, e por aí vai.
Não é ser zura não, gente, é fazer nossa parte pra ter um atendimento de primeiro mundo algum dia. Tipo comprar algo de 100 reais e receber um kit que valha 20. Tipo comprar uma revista e ganhar vários cupons de desconto, ou amostras de produtos bons. Tipo comprar um rímel e ganhar duas miniaturas da marca. Tipo comprar acima de uma certa quantia e levar pra casa uma super nécessaire valendo quase o mesmo que a compra. É isso que acontece em outros lugares. Sempre falo da Austrália, minhas amigas que moram na Inglaterra quase enlouquecem, e tenho certeza de que nos EUA a coisa deve ser muito melhor ainda. Por que não a gente também, mesmo que numa escala menor?
Enfim, meninas, botem a boca no trombone e peçam mesmo. Não é vergonha nenhuma, é questão de direito: geramos receita pra loja, e um agradinho não é nada além do a gente merece!
Acima, as amostras do Capricho Day e do Capricho Night (que podem ser usados separadamente ou juntos, criando frangâncias personalizadas – e doces, doces, doces), ambas d’O Boticário, presentinho pra quem comprar a revista por 4,90. Do lado, a amostra gigantesca pela qual precisei implorar.
G.M.
