Comprando em Lojas de Departamentos
Categoria(s) dicas, moda |
por Ana Farias |
Alguém aí consegue entrar nessas lojas de departamentos pra pagar a fatura sem comprar pelo menos uma meia? Difícil, né?
Pois é, fatura infinita, essa minha da Leader.
Não tenho o menor preconceito, compro lá direto. Na minha opinião, melhor lugar pra se comprar calcinhas e sutiãs basiquetes (Dilady e Sloggi, adoro).
Não gostava das roupas, mas ultimamente tem dado pra garimpar uma peça ou outra, vocês notaram? Ainda não chegou ao nível de opções de uma Renner, mas tenho visto algumas roupinhas legais por lá, de vez em quando. E quando acho algo que me agrade, compro sem culpa. Aliás, isso de esnobar loja é tão fora de moda, né?
Mas penso sempre muito se realmente vale à pena. Preciso? O corte é razoável? O tecido é passável? Vou usar? Vou enjoar?
Peraí. TODAS as compras deveriam seguir esse critério! ;)
Mas, em se tratando de lojas de departamentos, a gente sabe que nem sempre é possível encontrar peças que aliem qualidade e bom gosto (bom gosto sendo, obviamente, o nosso gosto. Não conheço ninguém que afirme ter mal gosto pra nada nessa vida). Tem que pesquisar, catar todas as araras. Sentir o tecido, testar o corte no corpo. Aprendi direitinho com a Stacy e o Clinton.
Pra evitar trazer pra casa peças que acabo dando pros outros meses depois, sem que tenham sido sequer usadas, sigo o seguinte roteiro:
Prova do toque: a gente sabe que, num mundo ideal, a opção seria comprar apenas roupas de fibras naturais. Mas são poucas as que vivem nesse mundo ideal, certo? Fibra natural quase sempre significa preço nas alturas, e nem todas podem pagar por isso. A dica é olhar sempre a etiqueta, e estabelecer um limite pra miscelânea. O meu é 50% de poliéster.
Fora do cabide: sempre experimento tudo antes de comprar, e fico de mente aberta pra peças que não enchem muito meus olhos nas araras. O modelo às vezes é bonito no cabide, mas não fica bem no corpo, ou vice-versa. Não tem fórmula, o jeito é testar mesmo. E se não ficar bem, não compre! Mesmo tendo amado algum detalhe dele. Isso é repetido à exaustão em todo reality de makeover, e super faz sentido. Outra coisa: saia sempre da cabine pra checar o espelho maior, pra ter a perspectiva de longe também.
Fast Fashion: geralmente, espero a moda pegar, pra ver se gosto mesmo da “tendência”, e aí compro uma peça que eu vá usar sempre, até ela rasgar, sem essa de ficar me encucando com so last season. E quando a coisa é meio louca (fluo, padrões, cortes sem pé nem cabeça), prefiro pagar barato a morrer em 200 pila numa camiseta com detalhes que serão considerados ultrapassados dali a dois meses – mesmo que eu não encane com isso. A Leader tem uma pegada mais popular do que fashion, mas dá pra achar alguma coisa. Exemplo é essa camisetinha com estampa de caveira:
Essa dica eu vi muito por acaso no twitter, numa atualização da Camila Coutinho. Engraçado que quase nunca entro no twitter, até tento, gente, mas não vejo muita graça. Foi sorte. :)
Essa camisetinha é de viscose, imitando malha podrinha. Trouxe essa branca (um branco sujinho, na verdade, o tal do off white), mas ela é meio transparente. A que eu queria, cinza, não tinha mais. E tem rosa bebê, também. Fofinha, né? E a costura tava ok.
De olho no ajuste: nem sempre o caimento da roupa é perfeito. Cintura fina, coxa grossa, bumbum avantajado, gordurinhas, braço grande, ombro ossudo, etc, etc, etc, tudo isso pode dificultar na hora da escolha. Então, se o gasto extra for uma alternativa, pense na possibilidade de comprar pra ajustar a peça depois. Nem sempre vale à pena, claro, às vezes é melhor deixar pra lá. Dessa vez, comprei um vestido longão com estampa P&B, minha preferida. Pessoalmente, acho que vestido longo é uma daquelas coisas que não ficam legais em todo tipo de corpo. Não gostei do comprimento, mas amei o corte e a estampa. Então deixei na costureira pra encurtar. Acho que vai ficar até mais bonitinho. :)
Araras do preconceito: quando falo em pesquisar, quero dizer andar pela loja toda mesmo (ficando longe das araras teen, se você não for mais teen. Se for mignon e essa for a única alternativa, cuidado com os modelos, os cortes, os brilhos...). Muitas vezes a gente nem entra em determinada área, porque sabe de antemão que não vai gostar de nada ali. Mas vejam só esse vestidinho:
Já estava pronta pra pagar a conta quando o tecido azul marinho, cor que eu amo, chamou minha atenção. Ele estava perto do caixa, numa arara de promoção da TPlus, que é a linha plus size da Leader. Acabei cedendo ao impulso de experimentar, vestiu legal, e achei essa florzinha de tecido tão fofa...
Tipos 97% da TPlus é feia de morrer, então a gente nem olha as roupas direito, né. Mas vira e mexe tem uma coisa legal, juro. E o P veste a partir do 42, dependendo da modelagem. A questão é só encontrar um modelo legalzinho - mas aí não é uma questão exclusiva pra plus size, em toda loja é assim, até o menor tamanho da seção adolescente.
Enfim, nem tudo em loja de departamentos é impossível. Não dá pra exigir tecido nobre por lá, mas tem muita coisa bonita de verdade. Nem tudo é made in polyester paradise, é só ficar de olho aberto e comprar sem pressa.
Agora, o melhor de tudo é sem dúvida a possibilidade de comprar com desconto sempre, e ainda dividir em mil vezes.
E é por isso que minha fatura não zera nunca!
Ana (Má)
ps1: meu cartão da Renner foi cortado em pedacinhos minúsculos, é claro. Porque a pessoa precisa pagar outras contas pra viver! ;)
ps2: sem brincadeira agora, a melhor coisa é não adquirir esse tipo de dívida. Comprar com dinheiro na mão, e deixar o crédito pra emergências. Num mundo idealizado, sou esse tipo de pessoa.