Crônica de uma Blogueira
Categoria(s) dicas, na rede |
por Ana Farias |
A Vivi comentou aqui faz pouquíssimo tempo que no começo éramos três. Ou melhor, quatro. Eu e ela escrevendo, a Marion lendo (editado pela vivi: cinco, a Tina Lopes também lia). E depois, a Renatinha nos ajudando de vez em quando (saudade da caçulinha!). Aí aos poucos foram chegando outras, todas blogueiras também. Gente que tava começando junto com a gente, ou que já tinha começado há algum pouco tempo a escrever sobre cosméticos, moda, a fazer tutoriais de maquiagem. Depois, só depois, vieram chegando as leitoras exclusivamente. As que nunca tiveram blog, mas que, de uma forma ou de outra, encontraram esse mundo dando sopa. :)
E aí algumas delas se animaram, e veio uma nova safra de mulheres escrevendo blogs pra mulheres, e depois outra safra, e outra leva, e hoje a impressão que eu tenho é que quase todo mundo tem blog. O que, na minha opinião, não precisa ser definido como algo "bom" ou "ruim". Apenas "é", afinal todas têm o direito de estabelecer a própria conexão com outras 5 ou 5 mil pessoas. E cada blog é um canal, e existem mil formas de se dizer a mesma coisa, e cada blogueira tem um perfil diferente.
Cada blogueira é uma pessoa diferente. Não é o caso de 99% do público do TT, mas tem quem esqueça que atrás do computador tem gente, e que o que se expõe em blog é apenas uma parte da nossa vida. Isso fica muito claro quando o número de visualizações começa a crescer. A cobrança se torna maior também, em vários níveis. Tanto em relação ao conteúdo da página quanto à expectativas sobre a vida pessoal de quem canaliza as informações. No primeiro caso, geralmente elogios ou críticas construtivas. No segundo, comentários anônimos sobre o tamanho do seu nariz ou da sua cintura - pessoas que gostam de praticar o bullying virtual, só porque elas podem. Aquela velha piada do cachorro que se lambe, conhecem?
No começo isso é meio um baque, não vou mentir pra vocês. É meio duro ver gente que você não conhece dizendo coisas com a única intenção de machucar, de formas que você nem sempre pode se defender (e esse é um dos motivos pra gente não aceitar críticas a outras blogueiras nos comentários). Mas com o tempo a gente liga aquele conhecido botãozinho (aquele do palavrão), e aprende a deletar os comentários maldosos, se não do blog, pelo menos da nossa cabeça. E essas pessoas passam a não fazer mais parte do nosso dia-a-dia, ainda que apareçam de vez em quando pra dizer impropérios e mandar beijos.
É que a gente se dá conta que o que importa de verdade é quem traz algo de positivo pra nossa vida on & offline, e só. Leitoras e blogueiras queridas, interessadas em informação, em amizade, e em cultivar uma boa convivência, mesmo que os pontos de vista e as contas bancárias sejam bem diferentes. E se é assim que se formam as tais "panelinhas" de internet, fico orgulhosa de dizer pra vocês que na minha panela só dá gente muito boa. Gente como a Paula Pfeifer.
A Paulinha é de uma honestidade à toda prova. E dá sempre muita força pra quem chega perto dela com clareza, sem segundas intenções. Às vezes é sincera até demais, e traz problemas (né, Paulinha? rs). Mas é doce, tão doce que esse é o nome do blog dela. E pra muita gente que acompanha o Sweetest Person deve ter sido uma surpresa descobrir que ela tem deficiência auditiva. Afinal, não existe alusão a nada disso em meio a fotos de eventos bapho e informações bacanas sobre moda. Porque em momento nenhum ela deixou que isso virasse definição em sua vida.
Por isso tudo acompanhei torcendo muito o desenvolvimento do projeto darling da Paula, o blog Crônicas da Surdez, lugar pra falar das histórias de quem é deficiente auditivo, sempre com muita delicadeza e bom humor. É uma realização em vários sentidos, tantos que quem tá de fora só pode imaginar! Fico muito feliz pelo filhote da minha amiga internética, e esse post é uma homenagem a ela, uma das primeiras blogueiras de belê no Brasil, e uma das primeiras amigas que fiz depois do TT.
O post é também um convite pra todas vocês: façam uma visita ao blog, indiquem pra amigos. Porque um blog pode ser muito mais do que um blog, dependendo do estado de espírito de quem o lê. Às vezes aquele texto é tudo o que a gente precisa pra levantar a cabeça, ou descobrir que não estamos sozinhas, pra melhorar a auto-estima, pra dar uma risada gostosa, ou simplesmente pra tomar coragem de passar um batom vermelho. Por isso, tenho certeza de que o Crônicas da Surdez trará muita gente nova (e boa) pra vida da Paulinha. Só depende da nossa rede de informantes, que são vocês leitoras, blogueiras ou não. ;)
Vamos divulgar?
Ana