Momento Leitora Diva
Categoria(s) S.A.C. |
por Ana Farias |
Pode parecer bobeira, mas o Trendy Twins conseguiu dar cabo de uma questão antiga minha (que me fez, entre outras coisas, largar minha profissão): queria muito participar de um espaço onde fosse possível interagir com pessoas, e promover algum tipo de bem-estar. Assim, "fazer um bem" - ainda que, no caso do blog, esse bem seja uma coisinha minúscula. Se é que a gente pode chamar de minúscula nossa eterna luta por esse gigante chamado auto-estima.
Posso dizer que já perdi a maior parte dos meus medos em relação à ousadia com a imagem. Pessoas mais novas adoram apontar os dedos, chamar o estiloso de "rídiculo", mas o fato é que o passar dos anos nos libera de muitos convencionalismos. Quem tá empatada comigo sabe do que eu tô falando. Adolescente precisa provar coisas o tempo todo, e muitas vezes o medo de ser diferente do grupo inibe certos atrevimentos. Conforme o tempo passa, a gente vai vendo que ridículo é ficar se prendendo a conceitos, e passa a querer se distinguir da multidão. Quando estamos perto de dobrar o cabo da boa esperança, como é meu caso, poucas birras nos restam.
Me sobrou, por exemplo, aversão à sombra iluminadora branca, base carregada, corretivo claro nas olheiras, blush da Sandy. E muito medo de misturar estampas. Fora isso, pouca coisa me angustia no terreno visual. Mas na adolescência a coisa era bem diferente. Se rolasse um momento "A Dona da História", e eu me encontrasse com aquela criatura de sobrancelha de taturana e roupas pretas, rolaria um choque. "Você me transformou no meu pior pesadelo!", gritaria a moçoila de 17. "Vai fazer esse buço!", retrucaria a moçoila de 36.
Enfim, o que amo nessa vida de blogueira é poder ajudar a quebrar esses pequenos obstáculos que a gente coloca entre nossa imagem e nosso divertimento. Já viram como eu e a Vivi adoramos brincar? Esse blog é muito assim, leve. É lugar pra mostrar o que aprendemos todo dia, e uma dessas coisas é não ter medo de sair da nossa "zona de conforto". E ouvir alguém chamar blush laranja de "barro", por exemplo, é só o preço de não estarmos nem aí.
E é o máximo dos máximos acompanhar essa mesma trajetória nas pessoas que nos cercam. Amigas. Familiares. Leitoras que se tornam mais próximas. E todas vocês que não dizem nada, mas estão com certeza no mesmo caminho. Que sabem que preconceito é coisa de espírito de porco, de gente que não tá com na-da. :)
E toda essa introdução foi pra falar de um email que recebi hoje, e que me deixou mega orgulhosa.
É de uma amiga muito muito muito querida, que por acaso é leitora do blog também - e nem rolou tipos convocação. Com pouco mais de 20 anos e um filho no currículo, a Thatiana (codinome raposa loira linda e felpuda) era uma dessas mulheres que morrem de medo de batom vermelho. E disse isso pra gente naquele Trendy Meeting de Niterói. Eu disse que ela era muito ridícula (porque intimidade é isso aí mesmo), e saquei o meu MAC Dare You, que apliquei com pincel na Thati, pra mostrar que essa era uma cor possível.
Hoje, finalmente, aparece a mãe do Bernardo com a seguinte foto:
Eu gostaria de dedicar essa conquista às queridas Ana e Claudinha, sem vocês eu não teria essa coragem, rs! Usei um look preto total e resolvi apostar numa maquiagenzinha retrô de batom vermelho e delineador preto. Bjos meninas!
Batom vermelho. Um pequeno grande passo pra Thati. E vocês não têm noção de como coisas assim me fazem ganhar o dia!
E vocês, lindinhas, já deixaram algum preconceito de lado por causa de dicas que receberam pela internet? Que barreira foi quebrada depois de ver alguém se jogando bonito em uma tendência qualquer?
beijocas,
Má
ps: Barnabé, orguuulhoooo de você! :)
Adendo:
meninas, não quis dizer que a idade nos torna mais sábias, apenas mais seguras - e mesmo assim estava generalizando, pois óbvio que existem pessoas e pessoas! Tem gente que nunca sai da adolescência, tem gente que já nasce velha, tem gente que tem problemas sérios, tem gente que acha um barato ser fiscal da vida alheia, etc. Essa questão da idade foi colocada apenas em relação a uma (ainda que relativa) aceitação de quem a gente é, e, consequentemente, a um certo desprendimento dos tabus (que rosa é brega, vermelho é promíscuo, preto é emo, marrom é vó, e por aí vai). Essa revisão de conceitos é coisa que acaba acontecendo com a maioria das pessoas com o passar do tempo. Mas não é regra, infelizmente! :s