Levei calote. E agora? (Lojas Nacionais)
Categoria(s) colaboração, compras online (manual) |
por Ana Farias |
Volta e meia a gente recebe emails perguntando como proceder em caso de calote quando a “loja” é uma pessoa física atuando na venda de produtos.
Então - só pra situar - não estou falando de grandes sites, e sim de lojas não convencionais que encontramos pela net, e que não têm cadastro no CNPJ.
Vou tomar um cuidado muito grande para não generalizar, porque tem meninas que fazem vendas com a maior seriedade. Então vamos separar o joio do trigo, ok? Estou falando só dos casos em que a pessoa recebe o pagamento e não entrega o produto.
Então vamos lá!
Vendedores Online:
Se o(a) vendedor(a) é conhecido(a), bem recomendado(a), acho difícil que vocês venham a ter problema. Mas é sempre uma possibilidade com a qual a gente tem que trabalhar... Como essas lojas não estão registradas no CNPJ, acabam ficando à margem dos procedimentos usuais (que seriam: responder por isso no PROCON ou mesmo numa ação judicial). O problema é que normalmente quem compra só tem o email, e, no máximo, um telefone de contato do vendedor - coisas que podem ser mudadas rapidamente, deixando você a ver navios e sem dados nem pra processar o responsável.
Então como eu faço, Renata?
Novamente, recomendo precaução. Primeiro negocie para que o pagamento seja bem próximo ao recebimento da mercadoria e pague com o PagSeguro, que é bem parecido com o PayPal, só que para transações nacionais (eles não aceitam pagamento em moeda estrangeira, então não rola de comprar no exterior com ele – só aqui mesmo).
Com ele, você tem 14 dias a contar do pagamento para abrir uma disputa pelo, caso não receba a mercadoria. Passado este prazo, já era. Aí só resta buscar os dados da pessoa que vendeu e entrar na justiça, o que é mais chato e demorado.
Mercado Livre:
É cheio de lojas não convencionais (sem CNPJ). Já comprei muito lá no ML até o dia que levei um cano.
[silêncio sepulcral]
Vou contar a história toda só pra vocês saberem que o risco de levar calote é latente em todas as negociações pela internet. Aqui e lá fora. Nesse caso, eu não tinha usado o PagSeguro, faz tempo e nem sabia que a ferramenta existia.
Cismei que tinha que ter uma máquina de costura portátil para fazer bainha em calças (fazer barra para as paulistas). Sou baixinha e tava de saco cheio de gastar 40 reais no shópis cada vez que tinha que ajustar uma calça. Como a máquina custava 30, achei que era o melhor negócio do mundo. É, eu sei, doido pensa coisas estranhas. Enfim, coloquei na minha cabeça que só ia ser feliz nessa vida se fosse possuidora do diabo da máquina portátil.
Comprei uma da Singer no ML. Super prática, SE FUNCIONASSE! Troquei as pilhas e nada. Comprei pilhas novas e necas. Aí mandei um email pro vendedor que jurou por deus que testou ela antes de anunciar e que funcionava. Ok, me engana que eu gosto! Pedi ajuda ao ML pra reaver minha grana e o site nem tchuns pra mim. Responderam que eram apenas os intermediários e que eu devia me entender com o vendedor, que tomou chá de sumiço, por sinal.
Resultado: tomei um cambau bonito aqui mesmo, é mole? Mas é aquilo, se desse certo teria sido um bom negócio, e eu arrisquei. Podia me dar bem ou mal. E assim acontece com to-da compra.
Ah, em tempo: o lado bom do calote é que descobri a Zezé, costureira jóia aqui na minha rua, que faz bainha pela metade do preço. Menomale, né? ;)
Renata Kelly (colaboradora)