Cineminha: Comer, Rezar, Amar
Categoria(s) cinema |
por Ana Farias |
Domingo passado acabei me rendendo à vontade de assistir um filme mulherzinha, e o único disponível era Comer, Rezar, Amar.
Sabem como tem ator ou atriz que funcionam como chamarizes pra gente ver um filme? Então, não tem os que funcionam contra? Meus principais anti-chamarizes são Katherine Heigl e Julia Roberts – sempre as mesmas caras, as mesmas histerias, a mesma antipatia. Além disso, não sou muito fã de nada que cheire a literatura de auto-ajuda.
Então esse era um filme que eu realmente não tava assim esperando. Não li o livro, enfim, tava mais ansiosa pra ver Gente Grande. ;)
Mas lá fui eu, e que bom que eu fiz isso! A única coisa que eu sabia é que ela tirava um ano sabático pra viajar por Itália, Índia e Indonésia, mas tava achando que a história rolava muito em cima daquela já manjada pseudo-espiritualidade que no final das contas só vale mesmo pra fazer dindim no cinema. Mas não, dá pra gente se reconhecer na busca da personagem em muitos momentos. Foi emocionante várias vezes, mas sem pieguice.
As locações são incríveis, e eu adoro filmes assim, de viagem. O budget gordinho fez diferença aqui, cada cena é uma pintura. A gente se sente lá. Dá vontade de procurar o passaporte e juntar dinheiro pra cair no mundo.
Tirando uma única cena (tá, talvez uma e meia), não tem aqueles chiliquinhos clássicos da Julia Roberts, com direito a olho lacrimejando e veia pulsando na testa. Então dá pra quase esquecer que é ela que tá lá. Seria tão bom se tivessem colocado uma atriz de verdade pra viver a Liz Gilbert, o filme seria ainda mais interessante.
E tem Javier Bardem, charmosérrimo, quase dá pra comprar a brasilianidade dele. Sério, mesmo com aquela cara de mouro. E é fofo pra gente, porque tem música brasileira (bossa nova de semprezzz), personagens falando em português, e é sempre bom ver esse tipo de retrato sem aspectos negativos. Aliás, ao longo do filme todo tem muita caricatura em relação aos italianos e indianos – isso eu não gostei, sei lá, acho tão preconceituoso e simplista.
Na primeira parte do filme, ela larga a vida em NY pra Comer em Roma.
É momento pra ser indulgente consigo mesma, de fazer as coisas por prazer, apenas por ela mesma.
Depois, ela vai pra um ashram (retiro espiritual) na Índia pra se encontrar (e se perdoar também), e pra aprender a Rezar...
Tem uma cena muito emocionante, em que ela imagina uma conversa com o ex-marido, pessoa que ela magoou. Quem nunca pediu perdão assim, em pensamento? Ou imaginou estar ouvindo perdão de alguém que nunca chegou a verbalizar isso?
Bom, daí ela finalmente encontra equilíbrio em Bali.
E pode voltar a Amar também!
E o legal é que a história é verdadeira (acredito que no filme com certas liberdades na narrativa, especialmente no final, que achei forçadérrimooo), então a gente sai do cinema com uma sensação boa, vontade de fazer tudo aquilo também, porque não é só conto da carochinha com final feliz de Hollywood. E tem muita gente fazendo isso, segundo essa matéria. ;)
Super pretendo ver de novo, e já comprei o livro.
Quem já viu, o que achou?